A liturgia deste III Domingo da Páscoa desafia-nos a viver a experiência de Jesus vivo e ressuscitado no seio das nossas comunidades e a testemunhá-lo no nosso mundo.
Na primeira leitura retirada dos Atos dos Apóstolos, encontramos o testemunho, alegre, dos discípulos sobre Jesus. Pedro, depois da cura do coxo, demonstra aos israelitas que o projeto de Jesus continua a realizar-se e que Jesus está vivo, continuando a oferecer a Salvação. Para isso basta ao Homem aderir a Jesus de todo o coração, ou seja, deve arrepender-se e converter-se.
Na segunda leitura, João relembra que todo o cristão é chamado à santidade, vivendo uma vida de renúncia ao pecado. Todo o cristão aceitou o convite de Deus para escolher a luz e que tem de viver, dia a dia, de forma coerente com o compromisso que assumiu. Não pode comprometer-se com Deus e conduzir a sua vida por caminhos de orgulho, de autossuficiência, de indiferença face a Deus e às suas propostas.
No Evangelho, São Lucas procura deixar claro que a ressurreição de Jesus foi um facto real, incontornável que, contudo, os discípulos descobriram e experimentaram só após um caminho longo, difícil, penoso, carregado de dúvidas e de incertezas - “Porque estais perturbados e porque se levantam esses pensamentos nos vossos corações?”.
Todos os relatos das aparições de Jesus ressuscitado falam das dificuldades que os discípulos sentiram em acreditar e em reconhecer Jesus ressuscitado, e só O reconhecem mediante um caminho gradual de fé, onde descobrem a presença de Jesus vivo e ressuscitado no centro da comunidade. E depois deste caminho de fé, vivido em comunidade, outrora os discípulos, hoje todos cristãos, são desafiados a serem testemunhas de Cristo vivo e ressuscitado no mundo.