A liturgia deste Domingo convida-nos a olhar para a missão exigente do profeta, mas apesar de toda vicissitude Deus é presença constante e força para o caminho.
A primeira leitura apresenta-nos o profeta Jeremias. O próprio profeta relata o chamamento que Deus lhe fez, “a Palavra do Senhor foi-me dirigida…”. A palavra de Deus está presente no chamamento e a partir daí, marca a sua vida por completo. O profeta é chamado a realizar no seu mundo o projeto de Deus, é uma tarefa sempre gratificante mas muito exigente e marcada pela dificuldade e sofrimento. Apesar das dificuldades o profeta deve confiar em Deus recordando estas palavras: “Eles combaterão contra ti, mas não poderão vencer-te, porque Eu estou contigo para te salvar”.
Na segunda leitura Paulo fala-nos do amor. Este amor deriva da palavra grega “ágape”, não é o amor egoísta, que procura o próprio bem, mas o amor gratuito, desinteressado, sincero, fraterno, que se preocupa com o outro, que sofre pelo outro, que procura o bem do outro sem esperar nada em troca. Para Paulo só este amor dá sentido a toda a vida e a toda a experiência cristã.
O Evangelho de hoje apresenta-nos a reação dos habitantes de Nazaré à ação e às palavras de Jesus. Jesus torna-se o “profeta”, desprezado pelos habitantes de Nazaré. Eles conhecem Jesus desde pequenino, por isso não pode ser ele o Messias. Eles querem um Messias espetacular, que os deixe de “boca aberta”, com experiências que façam disparar a adrenalina, mas Jesus está muito longe das expetativas criadas.
Jesus anuncia a rejeição que vai sofrer por parte dos judeus e o anúncio da Boa Nova a todos os que estiverem dispostos a acolhê-la – sejam pagãos ou judeus.