A Igreja Matriz, um dos mais importantes monumentos do país, é também a sua Igreja Paroquial. Face à sua importância está representada na heráldica da paróquia com uma rosácea. A sua localização, em pleno casco histórico, tem origem quinhentista e insere aspectos da melhor arte dessa época.

A FREGUESIA DE CAMINHA – MATRIZ

 

Padroeira:Nossa Senhora da Assunção.

Habitantes: Cerca de 1346 habitantes, segundo os Censos de 2011.

Setores laborais: Turismo e hotelaria, agricultura, pesca, comércio, indústria, construção civil e serviços.

Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Zona histórica com Torre do Relógio e demais área amuralhada, Igrejas Matriz, da Misericórdia, de Sto. António e de Sta. Clara, capelas da Sra. da Agonia e de S. João do Nicho, de Sto. António dos Esquecidos,Chafariz do Terreiro,Casa dos Pitas, e Casa das Leiras. Belezas ribeirinhas dos rios Minho e Coura.

 

Situada no Alto Minho, no extremo Norte de Portugal, a 25 quilómetros da cidade de Viana do Castelo (capital do distrito), a Freguesia de Caminha-Matriz é a própria Vila de Caminha. A sua pequena área, cerca de 75 ha, é desfrutada ponto a ponto face às potencialidades que dispõe. Este espaço, quase todo a nível ribeirinho, compreende valores inquestionáveis. Envolvida por barreiras naturais a estabelecerem os seus limites estão: no sentido Norte e Poente o rio Minho; no sentido Norte e Nascente o rio Coura, que em Caminha, desagua no rio Minho, proporcionando à Vila cenários espectaculares. A Sul e Nascente, os limites são estabelecidos com a Freguesia de Vilarelho, motivo pelo qual, partilha com a Vila valores que encerram aspectos patrimoniais, turísticos e culturais, relacionados com a zona amuralhada, com a linha dos caminhos-de-ferro e também com a zona ribeirinha, na proximidade da foz do rio Minho.

A Vila de Caminha, também conhecida como sendo a “Bela Marinheira”, encontra-se abrigada dos ventos pelo monte de Santo Antão, no lado português, e pelo Monte de Santa Tecla, na Galiza, na outra margem do rio Minho, daí que esta freguesia ofereça um clima agradável durante todo o ano, considerando a sua localização, na área da região litoral norte em que se insere. É, por tudo isso, uma terra de turismo servida por vias rodoviárias, férrea e fluvial.

Com tantos atractivos não é de estranhar que seja uma das partes, mais importantes, de um verdadeiro “Mosaico de Paisagens” do concelho caminhense.

Considerando o seu património edificado, é de referir: a zona histórica com a sua zona amuralhada, merecendo destaque a antiga porta de Viana que é a conhecida Torre do Relógio, a Igreja Matriz e a Igreja da Misericórdia. Refira-se, ainda, a Igreja de Sto. António e a de Sta. Clara, as Capelas da Sra. da Agonia e de São João, o Chafariz do Terreiro, a Casa dos Pitas, a Casa de Leiras e os Paços do Concelho, entre outros.

Relativamente às muralhas, sabe-se que são de fundação romana, tendo sido ampliadas e reforçadas ao longo dos tempos. Nesse aspecto, é de referir que a Torre do Relógio foi edificada no século XV. Em relação à Igreja Matriz terá sido construída entre 1488 e 1556 e é um templo de raiz gótica, com características manuelinas, que está desde 2000/2001 a sofrer reparações de grande envergadura, a fim de preservar tão valioso monumento.

Muito próximo da Vila, especificamente no Crasto do Coto da Pena, existem ainda alguns vestígios de civilizações antiquíssimas. Como se sabe, todo o Noroeste da Penínsular, com destaque para esta região, é rica de património relacionado com um passado megalítico.

O topónimo Caminha tem sido motivo de dúvidas acerca da sua origem. Provavelmente, ao tempo do império romano, um cavaleiro galego de nome Caminio terá presurado e povoado Caminha, daí o topónimo. Outra hipótese de trabalho, diz respeito ao facto de ter sido, esta localidade, um condado de nome “Caput Mini” que, por corrupção do nome, derivaria para Caminha. Outros autores, porém, ligam o topónimo ao tempo da Reconquista, visto que nessa ocasião se atribuía às vilas, o genitivo do fundador, o que resultaria em vila Camini.

Ainda, acerca das muralhas de Caminha, o historiador Serra de Carvalho sustenta que, as primeiras que a cercam, se tenham erguido sobre alicerces romanos, dado que o seu contorno e perímetro (1.260 metros) as identificam com a muralha romana típica do século IV.

Em 1275, D. Afonso III escreve uma carta ao Juiz de Caminha, informando-o da forma como há-de pagar os direitos reais. A vila é nessa altura terra prometedora, e do seu porto partem barcos para diversas partes da Europa. Ponto avançado na estratégia militar portuguesa na luta contra castelhanos e leoneses, Caminha viu-se cumulada de honras e privilégios. Em 24 de Julho de 1284, D. Dinis concede-lhe foral.

D. Dinis concede-lhe foral, com as mesmas regalias da vila de Valença, e manda aumentar e reparar as muralhas. Começa, entretanto, a apoucar-se o movimento de navios no porto, e, a pedido dos Caminhenses, D. João I, em 21 de Abril de 1392, fê-la porto franco. No reinado de D. Afonso V, a vila beneficia de isenções e prerrogativas que lhe vieram a dar um decisivo impulso para a aceleração comercial. Porém, é justamente a sua situação de fronteira que a vem a deixar despovoada. Para a repovoar, D. Afonso V torna-a “couto dos homiziados”, para aqui enviando reclusos e criminosos. Esta medida é reforçada por D. Manuel I, em 1497, e mais tarde, por D. João III. De referir que no século XV , Caminha contava dez torres e quatro portas (da Vila, do Sol, Nova e do Marquês).

A 1 de Julho de 1512, D. Manuel confirma o foral velho de D. Dinis e ordena a reconstrução do Forte da Ínsua, que visitou na sua ida para Compostela.

Durante a Guerra da Restauração, a cinta defensiva foi profundamente alterada e reformada. A Vila, isenta do senhorio dos Meneses, tornou-se numa pequena praça de guerra mista — meia medieval, meia à Vauban —, com circunvalação, fossos, contra-escarpas, redutos e revelins. Era constituída por dois polígonos. Essa dupla cerca defensiva ainda existia em 1875.

Na fase final da guerra civil (em 23 de Março de 1834), Caminha foi submetida por um golpe de surpresa dirigido por Napier, cujas forças conseguiram desembarcar, pela calada da noite, em La Guardia. Proclamada a monarquia constitucional, Caminha, como boa parte das praças-fortes do Norte, esteve em poder dos absolutistas.

Uma das actividades laborais mais importantes desde sempre se encontra no sector da pesca artesanal, actividade que abastece de peixe do mar e do rio os amantes dos frutos daí provenientes.

Caminha e a sua vida nocturna, tão procurada por pessoas de outras paragens a se integrarem com as suas gentes, nomeadamente nos bares locais.

Caminha, onde se caminha, à beira-rio, quer seja das margens do rio Coura ou do rio Minho, vendo-se as suas águas a correr e observando-se as gaivotas num vai e vem a sobrevoarem os barcos de pescas entre as margens portuguesa e galega, com o mar a espalhar-se no horizonte.

Buscando o intercâmbio entre dois povos irmãos, lá está o ferry-boat a proporcionar momentos impares e a mostrar, a quem chega ou a quem parte, as belezas inconfundíveis de uma Vila sem igual.

São os jardins bem cuidados a enternecer a alma de tantos que têm o privilégio de conhecer esta “bela marinheira”.

Caminha e a sua gastronomia, com variadíssimos pratos, mas, onde o Cabrito à Serra D´Arga, o Arroz de Lampreia, o Bacalhau à Chico os pratos de Sável e a doçaria (sidónios, mocas, pasteis de nata e outros), são opções de destaque.

Ainda, a respeito da história desta freguesia, no livro “Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo” diz textualmente:

«José Augusto Vieira, na sua obra “O Minho Pitoresco”, tomo I, editada em Lisboa em 1886, localiza em Caminha as freguesias de Vilarelho e Matriz.

A Antiga freguesia de Caminha foi abadia da apresentação da Casa de Vila Real na primeira metade do século XVI. Nessa época, Caminha escolheu para titular da sua igreja matriz a Senhora da Assunção.

Anteriormente fora sua padroeira a Senhora da Encarnação, cuja igreja se situava fora de muros. O último abade da sua igreja paroquial foi D. André de Noronha da referida Casa de Vila Real, a quem pertencia o padroado. Passou mais tarde a reitoria, sendo o seu primeiro reitor Baltazar da Nóbrega.

Até 1811 era vila da comarca de Valença, da provedoria de Viana. Em 1821, faziam parte deste concelho as freguesias de Cornes, Sapardos, Covas e Sopo, depois anexadas a Vila Nova de Cerveira. As três primeiras vieram a desanexar-se em 1835 e, as restantes, só no ano de 1842. Em 1885 pertenciam a Caminha, além das freguesias do actual concelho, as de Afife e Freixieiro de Soutelo, de Viana do Castelo.

Com a extinção da comarca de Vila Nova de Cerveira, em 12 de Julho de 1895, as freguesias de Covas, Gondarém e Sopo voltaram a ser anexadas a Caminha. Só em 1898, sendo aquele concelho restaurado, estas voltaram a integrá-lo. Vilar de Mouros esteve também anexada a esta freguesia autonomizando-se dela em 1936 pelo Decreto-Lei 27424 de 31 de Dezembro.»

 

Fontes consultadas: Caminha e seu Concelho, Dicionário Enciclopédico das Freguesias, Freguesias-Autarcas do Séc. XXI, Inventário Colectivo dos Registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo.

 

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